Re-criação do Jornalismo

Nota-se, portanto, que os grandes veículos comerciais nunca estiveram solitários como formadores de opinião, mas a tendência é aumentar a concorrência para mais comunicação e discussões

A leitura dos grandes jornais, nos dias que se seguem, vai ficando cada vez mais difícil dada a sua partidarização política e esvaziamento de cobertura que de fato que se mostram importantes para ordem social – ou para uma organização democrática da sociedade. Na sua maioria, as informações tem como base os fatos que dizem respeito aos aspectos econômicos e o que estes podem gerar de notícia para outras editorias.

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Globo em dívida com a receita, mas prática continua

Brasil de Fato

Empresa ligada à TV Globo tem bens bloqueados por dívida com o Tesouro Nacional
 

Notícia apurada pelo jornal Hoje em Dia mostra que empresa tem dívida ativa de R$ 178 milhões com o Tesouro Nacional

Nicolau Soares

da Rede Brasil Atual

A Globopar, empresa ligada à TV Globo, está com parte de suas contas bancárias e bens bloqueados devido a uma dívida ativa de R$ 178 milhões com o Tesouro Nacional. A notícia foi apurada pelos jornalistas Amaury Ribeiro JR e Rodrigo Lopes, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte (MG), e antecipada na noite dessa segunda-feira (22) pelo blog Vi o Mundo.

De acordo com a matéria, documentos conseguidos pelo Hoje em Dia na Justiça Federal do Rio de Janeiro mostram que a dívida inscrita no cadastro de inadimplentes federais foi originada por várias sonegações de impostos federais.

As contas bancárias da Infoglobo e a da empresa Globo Ltda. também chegaram a ser bloqueadas por solicitação da Procuradoria da Fazenda Nacional do Rio de Janeiro. Mas os irmãos Marinho – Roberto Irineu, José Roberto e João Roberto, donos da emissora – conseguiram na 26ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro autorização para liberar o bens dessas duas últimas empresas no mês passado.

A dívida da Globopar, no entanto, já está inscrita no cadastro de inadimplentes do Tesouro Nacional, em fase de execução. Na semana passada, a Globo conseguiu adiar a entrega de seu patrimônio ao Tesouro até que o processo transite em julgado

Prevaricação

Hoje em Dia também teve acesso ao processo que apurou o sumiço do inquérito de sonegação das Organizações Globo na compra dos direitos da transmissão da Copa de 2002.

Um documento enviado pela Receita à Justiça em 2010 comprova, ao contrário do que a emissora divulgou, que a dívida de R$ 600 milhões nunca foi paga. A papelada comprova ainda que o Ministério Público Federal, ao ser avisado sobre operações de lavagem de dinheiro entre a Globo e a Fifa nas Ilhas Virgens Britânicas, prevaricou.

Em vez de solicitar investigação à Polícia Federal, preferiu emitir um parecer que atesta não ter ocorrido nenhum ato ilícito nas transações nas Ilhas Virgens. Um inquérito criminal contra os irmãos Marinho chegou a ser instaurado, mas também sumiu das dependências da Receita Federal.

Não bastasse toda essa confusão, a Globopar continua sonegando. E como nunca. Nos últimos dois anos, a empresa foi notificada 776 vezes pela Receita Federal por sonegação fiscal.

A maior parte dessas autuações envolve a apreensão de equipamentos, sem o recolhimento de impostos, no aeroporto do Galeão, no Rio De Janeiro. Para um bom entendedor a Globopar é uma empresa contumaz na prática do descaminho.

O Ministério das Comunicações do governo Dilma Rousseff e os demais governantes, estaduais e municipais, liberaram verba para empresa inadimplente com a União, o que constitui ato de improbidade administrativa. A liberação pode ser comprovada no site do Ministério da Fazenda.

Foto: Arquivo Intervozes

Boris Casoy ofende garis, justiça não vê preconceito à categoria

Uol

 Justiça isenta Boris Casoy e Band de multa de R$ 3,5 milhões a garis

Na ultima sexta-feira (19), o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) revogou uma decisão que condenava a TV Bandeirantes e o jornalista Boris Casoy a pagarem juntos uma multa de R$ 3,5 milhões por danos morais coletivos aos garis. A decisão, da qual cabe recurso, é mais um desdobramento da batalha judicial que envolve Garis, Band e Boris Casoy.

Além da multa milionária, o jornalista e a Band haviam sido condenados a pagarem uma indenização de R$ 21 mil para cada um dos dois garis que apareceram em uma vinheta do Jornal da Band, no réveillon de 2009. Após a veiculação da vinheta, uma falha técnica deixou vazar um áudio no qual Boris Casoy comenta: “Que ‘m.’: dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras. O mais baixo da escala do trabalho”.

O áudio foi transmitido ao vivo durante o “Jornal da Band” e gerou grande repercussão. No dia seguinte, quando o vídeo já tinha milhares de visualizações na internet, Boris Casoy se retratou sobre o comentário que definiu como “uma frase infeliz”. “Peço profundas desculpas aos garis e a todos os telespectadores”, afirmou Boris Casoy. O caso não terminou na imprensa e foi parar na Justiça, rendendo diversas condenações ao âncora e a Band.

A decisão da ultima semana cancela apenas a multa de R$ 3,5 milhões, mas a indenização de R$ 21 mil, que deve ser paga para cada gari, está mantida. O entendimento da corte paulista é de que as palavras de Boris Casoy ofendem apenas os garis que apareceram na vinheta e não toda a categoria.

“Não se constata a intenção de proferir qualquer juízo de valor negativo referente à função dos varredores de rua, referindo-se somente à baixa remuneração por eles auferida, o que é uma verdade, sem, no entanto, afirmar que esta é mais ou menos importante e fundamental que outras”, ressaltou o desembargador Teixeira Leite, relator do processo.

Procurados por meio da assessoria de imprensa, Boris Casoy e a Band ainda não haviam se manifestado sobre o caso, mas, no processo, Boris Casoy afirmou que jamais teve o intuito de criticar o gari pela profissão exercida. Também disse que não houve discriminação, desrespeito nem humilhação à dignidade dos varredores de rua, mesmo assim, pela “frase infeliz” pediu espaço à direção do telejornal para pedir desculpas.