Rádios de políticos na mira da justiça

Folha de S. Paulo

O Ministério Público Federal, por meio de suas sedes estaduais, promete desencadear ações contra 32 deputados federais e oito senadores que aparecem nos registros oficiais como sócios de emissoras de rádio ou TV pelo país.

Entre os alvos da iniciativa inédita -lançada com aval do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e coautoria do Coletivo Intervozes-, estão alguns dos mais influentes políticos do país, como os senadores Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, Edison Lobão (PMDB-MA), José Agripino Maia (DEM-RN), Fernando Collor de Mello (PTB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Na Câmara, devem ser citados deputados como Sarney Filho (PV-MA), Elcione Barbalho (PMDB-PA), ex-mulher de Jader, Rodrigo de Castro (PSDB-MG) e Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Casa.

No Ministério das Comunicações, todos eles constam como sócios de emissoras.

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Rosa Weber (STF) afirmou que “há um risco óbvio na concentração de poder político com controle sobre meios de comunicação de massa” e que, sem a proibição expressa na Constituição, “haveria risco de que o veículo, ao invés de servir para o livre debate e informação, fosse utilizado apenas em benefício do parlamentar”.

Leia na íntegra

 

 

De cuecas às bandanas

Um mundo do esporte está cada vez mais imerso na lógica da “mercadorização”. O principal jogador, apresentado pela mídia insistentemente no Brasil, o camisa 10 Neymar, se revela cada vez mais em um jogador para a imagem, a vender objetos para determinadas marcas. Durante a copa, numa saída do vestiário fez questão de “permitir” ser surpreendido,  para a evidência da logomarca de uma empresa de roupa íntima. No jogo, desta sexta-feira(13), aparece com uma bandana, com o sinal de conglomerado americano, de roupas esportivas.

Foto André Mourão/Mowa Press – Site: Diário de Canoas.

Estranha a imagem de centenas de marcas em um estádio de futebol. Possivelmente nossos olhos já acostumaram com esta paisagem, mas há uma poluição visual, que certamente atinge nosso inconsciente, de tal modo que nos desperte para determinados produtos, desconhecidos/conhecidos. Nas laterais do campo, diante das câmaras de TV torna-se cada vez mais difícil acompanhar as jogadas com tantos apelos visuais, com marcas em movimento simétrico e inconstante.

Nem mesmo o bumbum do Juiz está a salvo da poluição visual, com destaque em cores contrastantes. Além, das placas no final dos jogos, diante das quais os jogadores aparecem estrategicamente para conceder entrevistas para as grandes redes de televisão.

Talvez o pior é saber que, para além de tudo isso, há acordos entre cavalheiros fora das telas das televisões, muitos questionáveis, que atendem aqueles que não fazem parte diretamente das partidas, mas que os atingem diretamente. Certamente, o gordo das verbas passam por subterrâneos, de modo que permita as placas do poder psicológico. Nem mesmo os jogadores já sentem a coisificação por que passam. Embora, a glamourização seja o prêmio para a arte de se tornar um ídolo da imagem que vende. Na rua, os carros de marcas, boa vida pode ser a essência da vida de um astro global, objetivamente.