O jornalismo digital pede passagem

Com o jornal na mão

Folha de S. Paulo/ Ombdsman

Paula Cesarino Costa

 

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A página com 56 cm de altura por 31,7 cm de largura é do tempo em que os jornais chegavam às casas para preencher lacunas de informação.O visor do meu celular tem 10,5 cm por 6 cm. Hoje, as notícias chegam à mão a todo minuto. Essa diferença dá a dimensão do desafio que jornais do mundo todo enfrentam agora.

O futuro imediato exige que os jornais inteligentes se enquadrem aos visores dos telefones inteligentes.Como levar jornalismo de qualidade para um espaço físico menor, sem apequená-lo? As respostas à redução de tiragem impressa e de receitas publicitárias variam de jornal a jornal, de país a país.

Dois dos principais jornais globais, o americano “The New York Times” e o espanhol “El País”, anunciaram recentemente que suas operações passam a priorizar as versões digitais.

Nas palavras do diretor Antonio Caño, “El País” vai se converter em “um jornal essencialmente digital; em uma grande plataforma geradora de conteúdos que distribuirá, entre outros, o melhor jornal impresso da Espanha”.

A Folha acompanha de perto os hábitos de seus leitores, e isso se reflete em sua estratégia digital, disse o editor-executivo, Sérgio Dávila, quando pedi que comentasse esse cenário. Ele acredita que a multiplicidade de plataformas para acesso ao jornal deve perdurar por muito tempo ainda e que outras novas podem até surgir.

[…]

Plataforma digital, antes, foi sinônimo de computadores de mesa ou portáteis. Até pouco tempo, pensava-se também em tablets. Hoje significa acesso às notícias por celulares.

Smartphones já superaram computadores como a principal forma de acesso à internet nos lares brasileiros, informou o IBGE. A proporção de casas com acesso à internet por celular saltou de 53,6% para 80,4%, na comparação de 2013 com 2014.O jornal está preparado editorial e tecnologicamente para a mudança?

A ombudsman passou alguns dias acompanhando a Folha via celular. É uma experiência estranha, difícil, instigante, desgastante e, por vezes, frustrante. É uma versão que claramente precisa de muito investimento tecnológico e discussão editorial.

Algumas observações pontuais: há poucas opções de entrada no aplicativo, o que resulta muitas vezes em diversidade restrita de temas. Em geral, na tela inicial, há apenas um título e uma foto. A navegabilidade é lenta e monótona. Há ainda problemas técnicos frequentes, como atualizações de notícias que não entram.

[…]

O jornal vive dividido entre dois mundos: o do leitor tradicional e fiel, mais velho, que lê basicamente a versão impressa; e o do leitor que está no digital, que tem perfil muito diferente do outro. É mais jovem e mais diversificado em interesses, formação escolar e rendimentos. É um jornal só, mas feito para dois públicos que exigem linguagens diferentes e nenhum pode ser desprezado.

Estudo divulgado pelo Poynter Institute concluiu que a maioria das notícias que encontramos no telefone celular ainda são adaptações de outros modelos. Foram pensadas para o papel ou para computadores de mesa em meios de comunicação de origem impressa. A experiência jornalística é originalmente pensada para o papel, adaptada para a tela de computador e readaptada para o celular.

A maior parte do jornalismo está ainda na contramão dos novos leitores, criados em um mundo que podem carregar na palma da mão.

Leia na íntegra

Banda larga fixa vai poder oferecer web sem provedor

Folha de S. Paulo

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) permitiu ontem que as empresas de telecomunicação que vendem banda larga fixa passem a oferecer diretamente aos seus clientes o serviço de conexão à internet, sem a necessidade de um provedor.

Até então, os assinantes de banda larga fixa (ADSL) tinham que contratar um provedor de acesso, como UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha), Terra, Globo.com ou iG, por exemplo, para se conectar à rede. As teles ofereciam apenas a infraestrutura de acesso a banda larga.

As teles que tiverem provedor de acesso próprio (o portal Terra, por exemplo, é da Vivo) poderão oferecê-lo aos seus clientes desde que o serviço seja gratuito.

Em nota, a Abranet (Associação Brasileira de Internet) classificou a decisão como monopolista. “Com todos os serviços nas mãos das empresas de telecomunicações e sem obrigação de isonomia e transparência, acaba a competição, e os preços ficam a mercê dos monopolistas.”

O relatório da Anatel mantém atividades exclusivas do provedor, como a oferta de correio eletrônico e acesso a conteúdo exclusivo.

O país tem 20 milhões de usuários que acessam a internet por meio da banda larga fixa. Até o fim do ano, a estimativa da Anatel é que o número chegue a 23 milhões de acessos por essa tecnologia.

Consumidores ‘sem-TV’ já são 5 milhões nos EUA

O Estado de S. Paulo

Pelo menos cinco milhões de norte-americanos já abriram mão da televisão. Os principais motivos que levam as pessoas a abandonarem o televisão são o custo e a falta de interesse. E a internet e a disponibilidade de conteúdo em várias plataformas são os substitutos dessa mídia tradicional – como diz a Nielsen no título da pesquisa, zero TV não significa zero vídeo.

 Dessas 5 milhões de pessoas que pararam de assistir à televisão, 67% acessam conteúdo em outros lugares (16% no computador, 6% no tablet e 8% no smartphone). Quem ainda tem o aparelho o usa para outra funções: jogar games, assistir DVDs ou mesmo navegar na internet. 25% dos entrevistados não têm mais televisor em casa.

O número está aumentando — mas não tão rápido assim. Em 2007, o número de americanos que abandonaram a TV era de 3 milhões. À primeira vista, parece que as emissoras de televisão podem ficar tranquilas — afinal, 95% dos americanos ainda assistem à televisão convencional — mas é preciso notar que a mudança se concentra nas faixas etárias mais jovens  e deve se consolidar com o tempo.

Quase um quarto das pessoas entre 25 e 34 anos não têm TV em casa. E a maioria dessas pessoas vive sozinha e não tem filhos em casa.

E por que as pessoas estão deixando de ter televisão? O principal motivo é o custo: 36% das pessoas responderam ter cortado as despesas. O segundo motivo, apontado por 31% dos entrevistados, é falta de interesse. Cerca de 23% dos assinantes do serviço de vídeos sob demanda Netflix, por exemplo, cancelaram a sua TV por assinatura, segundo o estudo.

Internet na TV

Estado de São Paulo

A tão esperada convergência da internet com a TV ganhará um forte empurrão em breve no Brasil. A Sony lançará em 1/11 o Internet Player Sony, dispositivo que traz a plataforma Google TV. Através dele, o usuário poder acessar conteúdo online através de seu televisor.

O aparelho custará R$ 899 e estará à venda nas principais lojas brasileiras ou no site http://www.sony.com.br/store, onde ele já estará em pré-venda a partir do dia 15 de outubro.

O Google TV é um sistema operacional que tem o Android como base e o Chrome como navegador. Pode ser usado em qualquer aparelho de televisão através de conexão HDMI, cabo ou Wi-Fi. Na tela da sua TV, o usuário poderá navegar pela internet ou usar aplicativos específicos.

O dispositivo Sony/Google TV vem com um controle remoto universal que tem sensor de movimentos e um trackpad que permite navegação via mouse. Do outro lado, há um teclado padrão (Qwerty) com iluminação própria.

Um comando no controle permite navegar na internet enquanto se assiste à programação normal da TV. A tela aparece dividida em duas partes

Aplicativos extras podem ser baixados no aparelho através da loja Google Play, que tem por volta de 100 opções. Apps consagrados como YouTube, Twitter e Panoramio já tem versão para Google TV.

A Sony não divulgou preço do aparelho, limitando-se a dizer que ele estará disponível “até o fim do ano” nas “princpais lojas brasileiras” e na www.sony.com.br/store.